quarta-feira, 1 de julho de 2015

Governador Waldez recebe comitiva francesa para tratar de parcerias




O governador Waldez Góes, gestores do Estado e Comissão das Relações Exteriores da Assembleia Legislativa do Amapá receberam nesta terça-feira, 30, no Palácio do Setentrião, a comitiva oficial da Guiana Francesa, para reunião de trabalho. O intuito do encontro foi dar continuidade aos debates sobre cooperação entre a Guiana e o Amapá, além da maior independência político-administrativa conquistada pelo território francês.

O presidente do Conselho Regional da Guiana Francesa, Rodolphe Alexandre, destacou que, pela primeira vez, na Constituição Francesa existe liberdade para cada região tratar suas relações comerciais, internacionais. "Atualmente, por exemplo, temos no Suriname um representante dentro da embaixada francesa, que nos permite acompanhar todos os tipos de relações comerciais, alfandegarias e financeiras".

O governador Waldez Góes parabenizou os avanços e conquistas do povo guianense em respeito às mudanças constitucionais, que disponibilizam condições de estabelecer relações mais aprofundadas, sobretudo, com o Amapá.

Para Góes, ao longo do tempo foi estabelecida a relação com a Guiana Francesa no comércio, educação, saúde, segurança regional, cultura, lazer, esporte, porém o maior desafio entre as regiões foi a construção das duas estradas e a ponte binacional, no Oiapoque, que liga o Brasil à União Europeia.

Propostas
O presidente do conselho destacou pontos principais que nortearam a reunião desta terça-feira. O primeiro deles é o desejo e orientação do presidente da república francesa, François Hollande, de que a cooperação da Guiana e das outras regiões da França seja totalmente descentralizada e territorial. "Isso significa que hoje nós podemos assinar convênios entre as nossas regiões, diretamente com os Estados".

A segunda razão do encontro, conforme o presidente, trata-se da gestão dos cinco fundos de subsídios europeus. Ele explicou que, hoje, são geridos diretamente pelo conselho regional e, a partir de 2016, haverá um governo único que vai gerir a totalidade das competências e das atribuições em toda a Guiana Francesa.

A gestão do Programa Operacional (P.O) Amazônia também foi pauta da reunião entre a Guiana Francesa e o GEA. O programa de cooperação transfronteiríça, criado em 2008, visa o desenvolvimento territorial das áreas abrangentes, proteção e valorização do patrimônio natural e cultural amazônico, além do desenvolvimento das atividades econômicas e a coesão social.

Na época, a Comissão Europeia aprovou o programa de intervenção comunitária do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder), para cooperação territorial europeia, na França, com a parceria do Brasil, através dos Estados do Amapá, Pará e Amazonas, além do Suriname.

Para Rodolphe Alexandre, a autonomia para gestão dos fundos da Guiana permitirá que todos os pontos econômicos, digitais, ambientais, sejam trabalhos conjuntos, para que entre 2016 e 2020, o P.O Amazônia seja operacional. "Nós somos republicanos, democratas, mas, antes de tudo, somos amazônicos, guianenses e defendemos uma visão de cooperação sul-americana amazônica".

Prioridades para o Amapá

Segundo o governador Waldez, a construção da ponte foi um desafio, principalmente ao governo brasileiro, em relação à extensão da estrada, três vezes maior em relação ao trecho guianense. "O governo francês foi mais ágil, tanto em relação à aduaneira, como nas providências e na construção da estrada. No entanto, percebo que essa dificuldade não tem diminuído o fortalecimento da política de relação transfronteiriça e o nosso governo estará permanentemente disponível para essa relação".

O governador destacou a cooperação de projetos destinados ao município de Oiapoque. De acordo com ele, todo Amapá é carente e necessita de projetos aprovados dentro do P.O Amazônia, mas o Oiapoque é prioridade. "Não significa que não tenhamos projetos para outras regiões, mas colocamos o Oiapoque em primeiro lugar, com todo o esforço da política regional e cooperação entre Brasil e França, voltado em primeiro lugar ao Oiapoque, carente de estrutura".

Em relação a todo o Estado, o governador destacou também as demandas relacionadas ao desenvolvimento econômico. Para ele, o Amapá e Guiana, podem liberar iniciativas importantes, construir passos que possam rever determinadas relações comerciais.

Ele lembrou, ainda, que todas as iniciativas devem manter o compromisso das regiões, em relação a responsabilidade ambiental, com olhar voltado, principalmente, para o escudo das guianas e gestão das áreas de preservação ambiental. "Para o Amapá, Guiana e Suriname é difícil uma gestão feita com olhar isolado. É preciso integração".

Compuseram a comitiva do departamento ultramarino francês o presidente do Conselho Regional da Guiana Francesa, Rodolphe Alexandre; presidente da Universidade, Richard Laganier; vice-presidente da Câmara do Comércio, Alex Madaleine e vice-presidente da Câmara do Comércio da Agricultura, Gabrielle Nicolas. Também estiveram presentes o comandante-coronel dos Bombeiros da Guiana, Felix Antenor Habasac e o cônsul honorário da França, em Macapá, Alain Crais.

Além da bancada legislativa do Amapá, participaram do encontro secretários, diretores e representantes dos órgãos públicos do Estado do Amapá.



Fonte: Portal de Notícias do Governo do Estado 

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