Profª Drª de Jornalismo
Lylian Rodrigues
A Universidade Federal do
Amapá sofre violentamente com o corte na educação. Ele significa não
consolidação e não crescimento. Dois polos poderão ser desativados
definitivamente e o campus binacional/Oiapoque só não tem fim semelhante porque
conseguiu uma atenção especial por parte do MEC (e senadores do estado). No
campus Marco Zero, não vai ter reformas e das 14 obras em andamento apenas 7
serão finalizadas (entre as não finalizadas está a parte do prédio que
abrigaria as salas das turmas de jornalismo e nossos laboratórios planejados),
o DINTER como mecanismo de qualificação docente será afetado, o orçamento que
vem minguado desde julho (!!!) chegará em sua totalidade até o dia 28 de
outubro e esse valor deve ser liquidado em 5 dias, até 3 de novembro, com um
final de semana no meio disso tudo. Imagina o fuzuê! Parece que nem querem que
consigamos gastar esse dinheiro que vem pra diminuir mais no ano seguinte.
A previsão de contratação é só
o que tem no papel, ou seja, 45 vagas pra toda a universidade que tem cursos
recém implantados. No caso do Jornalismo, ainda precisamos duplicar o atual
Colegiado.
Não se consolidam cursos nem
obras, não se amplia o ensino público. Eu lamento enormemente pela população.
Não verão crescer e diversificar as ofertas de cursos na Unifap, nem ampliar os
bacharelados para a juventude que tem restrição sobre suas possibilidades de
educação superior. Segundo dados do Censo de Educação Superior do Ministério da
Educação (2012), o estado registra 16.355 matrículas na educação superior,
sendo 11.360 na rede privada e apenas 4.995 no sistema público de ensino
superior. Apenas 36.636 pessoas tem o ensino superior completo. Em 2010 (IBGE)
registrou 669.526 pessoas no estado. Outro dado importante da educação aqui, da
população de 10 anos ou mais, 47,52% não tem instrução ou tem o ensino
fundamental incompleto. Certamente o baixo nível de escolaridade reflete o
índice (IBGE) de 46,09% de pessoas no estado sem rendimento ou com rendimentos
nominais de até 1 salário mínimo.
Em consulta ao sistema e-mec,
o Amapá tem 16 instituições de ensino superior, sendo 13 privadas com fins
lucrativos, classificadas como faculdades, 1 universidade pública estadual, 1
universidade pública federal e 1 instituto federal. Haja privatização do ensino
superior. A Universidade Paulista encheu Macapá de outdoors parar promover seus
cursos de graduação por uma mensalidade de 199,99. Pechincha! Seu diploma de
graduado em 4 anos.
Me impressiona, ainda assim, a
deslegitimação do movimento de greve, especialmente no espaço universitário. No
caso da Unifap, primeiro argumentaram que a suspensão do calendário (garantia
do direito de greve ao coletivo de professores que entrou no movimento e não
estão dando aulas) seria um método para obrigar os outros professores a
entrarem em greve e por isso queriam a manutenção do calendário (o que seria
como nos obrigar a sair da greve). A suspensão garante aos professores que não
estão em sala o seu direito de permanecerem no movimento. Leia mais... www.jdia.com.br
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